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05 maio 2008

A primeira vez

Marie Anne era uma jovem cheia de si. Há pouco chegara da Inglaterra, viera com os pais para o Brasil em busca de uma vida melhor. Na época contava com apenas dezesseis anos. Pele extremamente alva, corpo sinuoso, e por que não dizer, provocante. Não posso afirmar que era bonita, sempre se apresentava com ares de estar constipada, feição que só era mudada quando ela sorria.

Sempre lhe contaram que coisas estranhas aconteciam nos trópicos... Desembarcou no porto de Pedra Bonita, cheia de esperanças e ilusões. Um amor quem sabe...

Na primeira noite em que dormiu abaixo do Equador uma coisa esquisita lhe aconteceu. Aquele calor fazia seu sangue pulsar, era possível ouvir o ar saído voluptuosamente pelas narinas. Sua face extremamente alva ganhou um tom rosado, quase pictórico. A constante cara de constipação deu lugar a um rosto concupiscente e lascivo. Uma gota de suor lhe escorria entre os seios. A respiração se tornava ofegante e quase insuportável. Uma inquietação não permitia que se sentisse pronta.

Caso soubesse que seria invadida de tal modo teria tomado providencias, sempre lhe falaram de coisas estranhas, mas nunca especificaram como seria.

Começou a tocar-lhe pelo rosto, descendo pelos braços, colo... Procurando o melhor lugar para dar-lhe o beijo ardente. Sentia-se incomodada, não existiria hora certa para isso acontecer. Um pouco abaixo do umbigo, encontrou o lugar favorável, não se pode dizer que sentiu dor, mas romper-lhe a pele daquele jeito. Isso não é coisa que se faça!

Decidida a dar fim aquele ato, investigou com as mãos o que ocorrera. Ao levar as mãos à luz, que entravam por uma fresta da janela, espantou-se ao ver o próprio sangue nas mãos. Não podia ser! Ultrapassara todos os limites permitidos. Como pode não ter lhe avisado?

Na manhã seguinte acordou indisposta, com o corpo mole, perece ter dormido com um macaco. Ao levar a mão ao local havia matado o mosquito, mas já era tarde, o sangue era sinal de que já havia sido picada. Era malária, sem sombra de dúvidas.

Foi a primeira vez que Anne foi picada por um mosquito. Desse dia em diante passou a dormir com mosquiteiro...

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom! instigante, insinuante, provocante, excitante e, por fim, engraçado ( ou decepcionante, pela frstração da expectativa). Sucesso! Abs.

Anônimo disse...

kkkkkkk...surtos;bjos,amigo.Ceci.

Anônimo disse...

Michel, estou adorando os seus surtos literários... beijos