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28 maio 2008

Uma plástica no nariz-de-cera

Fonte da imagem:www.eco.ufrj.br

O texto jornalístico passou por varias mudanças: gráficas, estruturais, textuais, etc. Mas uma das maiores transformações foi o surgimento do lead, que surgiu como reação ao famoso nariz-de-cera. Para quem não é da área jornalística essa é a forma mais ou menos romanceada de se começar uma notícia, sem acrescentar nenhuma informação relevante, que impede o leitor (ou receptor) de ir diretamente ao assunto da notícia.

O lead, portanto, deve informar qual é o fato jornalístico noticiado e as principais circunstâncias em que ele ocorre. Para muitos ele amarra o talento do jornalismo, outros o tem como uma boa ajuda.Segundo o jornalista Franklin Martins, “o lead é uma apenas uma possibilidade, não uma camisa de força”.

Para quem gosta do estilo dos primórdios do jornalismo, há quem diga que o lead está com os dias contados e que o nariz-de-cera pode voltar à ativa, com uma plástica, quem sabe...

19 maio 2008

Um conto quase erótico

Quando ali subi, não pensei que experimentaria tal prazer. Como algo de design tão simples poderia ocasionar tamanha explosão de sentimentos? Não fosse o incomodo que a rigidez ocasiona, seria tudo perfeito. Mas aí já é pedir demais...

Há quem goste de outro modo. Eu, no entanto, sou mais tradicional, prefiro sentada. Aquele vai-e- vem me é muito prazeroso. A movimentação faz o calor aumentar, o suor começa a ser exaltado pelos poros.

O esforço por vezes é tamanho que minhas pernas começam a tremer. Mas a sensação de liberdade me faz muito bem, me sinto perto das nuvens. Como adoro fazer isso.

E é assim desde os cinco anos, quando meu pai amarrou aquele pedaço de pau com uma corda na mangueira do quintal. Passava os dias sentada no balanço... Hoje, aos trinta, sinto as mesmas sensações pueris. Sei que daqui algum tempo sentirei calores que não poderão ser refrescados. Fazer o que?

13 maio 2008

Um texto precoce

Revolução Industrial, revolução feminina, liberação sexual. O mundo girando, a televisão falando, os carros engarrafados, as filas intermináveis, os leitos de hospitais cheios, e as covas dos cemitérios enchendo.

Somos todos precoces em alguma coisa. Calvície precoce, gravidez precoce, envelhecimento precoce, morte precoce, nascimento precoce, colesterol precoce, enfarte precoce, crianças precoces, viuvez precoce, menstruação precoce...

Acreditem ou não a coisa é mais séria do que a gente pensa. A história abaixo exemplifica melhor:

- Amor venha deitar que hoje estou animado!

A mulher aparece com sua camisola vermelha rendada. Começa então o que não preciso explicar...

Três segundos depois

- Foi bom pra você?-pergunta o marido
-...
Ejaculação precoce.

05 maio 2008

A primeira vez

Marie Anne era uma jovem cheia de si. Há pouco chegara da Inglaterra, viera com os pais para o Brasil em busca de uma vida melhor. Na época contava com apenas dezesseis anos. Pele extremamente alva, corpo sinuoso, e por que não dizer, provocante. Não posso afirmar que era bonita, sempre se apresentava com ares de estar constipada, feição que só era mudada quando ela sorria.

Sempre lhe contaram que coisas estranhas aconteciam nos trópicos... Desembarcou no porto de Pedra Bonita, cheia de esperanças e ilusões. Um amor quem sabe...

Na primeira noite em que dormiu abaixo do Equador uma coisa esquisita lhe aconteceu. Aquele calor fazia seu sangue pulsar, era possível ouvir o ar saído voluptuosamente pelas narinas. Sua face extremamente alva ganhou um tom rosado, quase pictórico. A constante cara de constipação deu lugar a um rosto concupiscente e lascivo. Uma gota de suor lhe escorria entre os seios. A respiração se tornava ofegante e quase insuportável. Uma inquietação não permitia que se sentisse pronta.

Caso soubesse que seria invadida de tal modo teria tomado providencias, sempre lhe falaram de coisas estranhas, mas nunca especificaram como seria.

Começou a tocar-lhe pelo rosto, descendo pelos braços, colo... Procurando o melhor lugar para dar-lhe o beijo ardente. Sentia-se incomodada, não existiria hora certa para isso acontecer. Um pouco abaixo do umbigo, encontrou o lugar favorável, não se pode dizer que sentiu dor, mas romper-lhe a pele daquele jeito. Isso não é coisa que se faça!

Decidida a dar fim aquele ato, investigou com as mãos o que ocorrera. Ao levar as mãos à luz, que entravam por uma fresta da janela, espantou-se ao ver o próprio sangue nas mãos. Não podia ser! Ultrapassara todos os limites permitidos. Como pode não ter lhe avisado?

Na manhã seguinte acordou indisposta, com o corpo mole, perece ter dormido com um macaco. Ao levar a mão ao local havia matado o mosquito, mas já era tarde, o sangue era sinal de que já havia sido picada. Era malária, sem sombra de dúvidas.

Foi a primeira vez que Anne foi picada por um mosquito. Desse dia em diante passou a dormir com mosquiteiro...